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A poesia para crianças – Parte 5 (1)

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A poesia para crianças – Parte 5 (1)

Postado em 3 de dezembro de 20202 de dezembro de 2020 por Escola Projeto
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Dilan Camargo (2)

Entre as distintas características que a poesia para crianças precisa ter, podemos destacar:

1- Superação do lirismo tradicional

Na poesia para crianças, é preciso ir além do lirismo tradicional dos grandes temas abstratos e generalizantes, como também evitar os arroubos do sentimentalismo vulgar que subestimam a sensibilidade infantil, mas procurar descobrir a vivência cotidiana de uma visão poética da existência, através da imaginação lúdica e inventiva do mundo infantil. O lirismo pobre de significado e simplista na forma, ao contrário de valorizar a poesia, é um agente depreciador do bom gosto pela leitura literária, que mais afasta do que aproxima. Deve-se sempre oferecer ás crianças o melhor do banquete da literatura e não desdenhar da sua sensibilidade.
Para Nelly Novaes Coelho, há uma diferença de intencionalidade entre a poesia infantil tradicional e a contemporânea:

“…a primeira pretendia levar seu destinatário a aprender algo para ser imitado depois; a segunda pretende levá-lo a descobrir algo à sua volta e a experimentar novas vivências que, ludicamente, se incorporarão em seu desenvolvimento mental/existencial”. (3)

A poesia contemporânea para crianças não deve servir apenas para ensinar a escovar os dentes. Precisa expressar um sentimento de mundo infantil também contemporâneo. Esse é o maior e mais difícil desafio para os poetas que escrevem para crianças.

2 – Coloquialismo da linguagem

Advertem os estudiosos da língua e da literatura que ambas são indissociáveis. Não há mais como entender que primeiro é preciso ensinar a língua e depois a literatura. O ensino da língua e da literatura, observa Juracy Assmann Saraiva, não é determinado por uma “relação de sucessividade”, no aprendizado de uma após a outra. Elas devem andar juntas, “porque ambas se completam e se associam formando um conhecimento único”. (4)
Escrever em linguagem coloquial, às vezes, é mais difícil do que escrever de modo rebuscado, artificial, erudito, falsamente infantil. É preciso evitar um vocabulário arcaico, rococó, somente para causar efeito e disfarçar a limitação poética do autor. Saber valorizar poeticamente as palavras do cotidiano, tiradas do dicionário falado no dia a dia é um desafio a ser vencido. Um dos caminhos mais seguros para não cair nas antigas armadilhas da literatura para crianças é não se limitar a seguir e a imitar uma tradição literária anacrônica, seja nos conteúdos ou nas formas, como nos lugares-comuns da linguagem. Ser coloquial não significa empobrecer a linguagem, mas se apropriar criativamente das potencialidades da língua comum.

3 – Diálogo com a oralidade

Aproveitar a oralidade infantil sem depreciar as formas cultas da escrita, sem reduzir o vocabulário somente ao “falar” e nem tampouco desprezar a qualidade linguística dos textos. Ler as palavras através de variações e entonações de voz, próximas do cotidiano infantil. Valorizar a memorização e recitação de quadrinhas que compõem a tradição da literatura oral seja brasileira ou de outras línguas, bem como as cantigas de ninar, parlendas, lengalengas, trava-línguas, adivinhas, e outros arranjos de palavras.
A oralidade não se reduz à habilidade de falar as palavras funcionais do cotidiano que as crianças aprendem no âmbito familiar e social. Ela é uma das manifestações mais complexas da nossa condição humana. Ela é o ponto de referência da própria história da literatura portuguesa e mundial, principalmente os antigos textos literários dos cancioneiros e dos trovadores provençais. A poesia sempre dialoga com a oralidade, não necessariamente para ser declamada de forma bufa e ostensiva, mas para dizer palavras num modo poético.

4 – Uma criação metafórica não cerebrina

Escrever e ler para crianças não pode se reduzir unicamente a um exercício cerebral, racional, sem a capacidade de sugerir novas percepções e representações de si e do mundo. Muito menos a uma poesia calculada ou metrificada sem o sentido do encantamento, sem as sonoridades ricas e sem os deslocamentos subjetivos da surpresa das palavras. Trata-se de saber manejar a habilidade poética com arte, e não apenas com a técnica fria de um jogo de palavras apenas pelo jogo, que desfigura um poema e tira o seu gosto, a sua música, a sua cor e o seu perfume. Tira a sua beleza!

“A criança, através de seu conhecimento ou imaginação, poderá fazer associações ou substituições, pois o imaginário é induzido a trabalhar criativamente organizando os registros. Em contato com o texto poético, a imaginação cria um alargamento dos conteúdos mentais, substituindo-os por uma prazerosa busca pelo desconhecido estimulada pelo desafio das formas e das ideias”. (5)

É preciso evitar textos redundantes ou de alta abstração filosofante, mas buscar o humor, a ironia, o insólito, o mágico, o encantamento. Uma poesia que explore e experimente, sem artificialismos, todas as potencialidades da língua na sua dinâmica interna de rimas e aliterações, buscando novas significações. E, claro, sem descaracterizar ou esvaziar a dimensão metafórica e literária das palavras e dos versos de um poema. Os livros “O Batalhão das Letras” e “Pé de Pilão”, de Mário Quintana, e o livro “Ou isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles, são obras de referência fundadoras da poesia para as crianças no Brasil, assim como as que existem em outros idiomas.

5 – Aproximação entre poesia e vida infantil

Na poesia tradicional para as crianças predominava o que podemos chamar de um adultocentrismo prescritivo. Ela era escrita na perspectiva adulta de ditar como a criança deveria se comportar, de levá-la a obedecer e aprender hábitos de higiene, e de moldar seus sentimentos. A forma poética, o poema, ou o simples versejar, era utilizado como recurso para lecionar, transmitir, instruir, treinar e não como vivência lúdica, prazerosa, pela qual a criança pudesse descobrir novas formas de se ver, de ver o mundo e de se relacionar consigo e com os outros.
É necessária uma grande honestidade ética e artística com o mundo da infância para jamais desprezar a sua sensibilidade e as suas capacidades de leitura e de fruição de textos literários de qualidade, e para produzir uma poesia que fale das vivências, da subjetividade das crianças, do que pode vir a ser sonhado e vivido, a partir de um repertório empírico, imediato, mas logo transcendido poeticamente.

6 – Ir além de um “zoologismo literário”

Fazer os bichos falarem, e viverem histórias, é uma das formas clássicas na literatura para as crianças, mas é preciso ir além. Não há como negar ou desvalorizar o seu papel e a sua permanência no imaginário das culturas literárias de ocidente e oriente. Através das fábulas e dos contos de fadas a criança é apresentada aos seus conflitos internos de crescimento e de percepção das relações humanas, preparando-se para entrar no mundo adulto.
Porém, entre os novos desafios da literatura para crianças está o de colocar a criança como personagem e dar-lhe voz própria. A poesia é a forma literária que mais dispõe de recursos metafóricos e sonoros para responder a esse desafio. A própria linguagem poética do texto deve procurar sustentar-se como mediadora, sem a excessiva e, às vezes, artificial intermediação da voz de animais fabulosos. Basta a voz humana da própria criança como protagonista, potencializada pela originalidade expressiva da cada língua. A poesia para crianças, mesmo escrita por adultos, precisa aceitar o desafio de penetrar na subjetividade da criança e tentar expressá-la, para que ela descubra e desenvolva a sua voz poética.

Notas:
(1) Este texto é a 5ª parte de um ensaio sobre o tema da poesia infantil escrito por Dilan e enviado ao nosso blog. Completaremos sua publicação, até o final deste ano letivo, de forma intercalada com outros textos, de outros autores.
(2) Escritor gaúcho, nascido em Itaqui. Publicou vários livros de poesias e de narrativas para os públicos infantil, juvenil e adulto. Pela Editora Projeto publicou O vampiro Argemiro, 1993, Bamboletras, 1998, BrincRiar, 2007, e Poeplano, 2010,
tendo, ainda, participação nos livros Poesia fora da estante, 1995, e Balaio de ideias, 2007. Recebeu os prêmios Açorianos de Literatura Infantil da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Livro do Ano, nas categorias Infantil, Narrativa Curta e Poesia da Associação Gaúcha de Escritores. Teve livros selecionados para o Catálogo de Bolonha (Itália) e outros indicados para o Prêmio Jabuti. Para saber mais sobre o autor: http://www.dilancamargo.com
(3) PEREIRA, Maria Elisa Matos. Literatura Infantil. ULBRA, Ibpex, 2009, pág. 89.
(4) SARAIVA, Juracy Assmann e Ernani Mugge. Literatura na Escola. Propostas para o Ensino Fundamental. ARTMED, 2008, pág. 47.
(5) PEREIRA, 2009, pág. 86.

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