As turmas costumam ser reorganizadas de um ano para o outro?

Não é comum, mas dependendo das necessidades da turma, de algum aluno e/ou da escola, pode acontecer algum tipo de reorganização.

Sabemos que é uma situação que mexe com relações estabelecidas, não só entre os alunos, mas também entre as suas famílias, e que isso sempre é delicado.

Mas se a reorganização for necessária e oportuna na visão da escola, ou seja, vista como uma medida que irá beneficiar os alunos e/ou a turma em si, ela será encaminhada da forma mais clara e tranquila possível, procurando preservar alguns vínculos.

Sempre e quando isso acontecer as famílias serão contatadas, individualmente ou em grupo, conforme o caso ou a necessidade, e comunicadas, eventualmente participando das decisões e dos encaminhamentos.

Por que as turmas de 3º para 4º anos costumam ser reorganizadas?

A reorganização das turmas de 3º para 4º anos, desde que temos formado mais de uma turma de 4º ano, tornou-se bastante oportuna e produtiva para os alunos e turmas, e para a escola, o que nos fez adotar a medida nessa série.

Em primeiro lugar, pelas possibilidades de reintegração entre alunos de uma mesma série, que pela primeira vez ficam no mesmo turno (manhã), por força da disponibilidade da escola.

Essa reintegração, por sua vez, promove a ampliação efetiva das amizades, bem como o desenvolvimento dos recursos pessoais para isso, provocando novos desafios e movimentos de aproximação a novos colegas, em que os alunos procuram mostrar uns aos outros o que têm de melhor.

Isso pode ser muito saudável, quando, em turmas que vêm juntas há vários anos, costumamos observar algumas “cristalizações” em certos modos de relacionamento e funcionamento, que às vezes trazem prejuízos a alguns alunos e até à turma como um todo, por mais que estejamos atentos e intervindo durante esses anos para o desenvolvimento de uma boa convivência em grupo. Assim, a configuração de novas turmas funciona como um desafio a alunos e professores, no sentido de reconstruir essas relações, dando-lhes um caráter novo e novas perspectivas, na medida em que coloca os alunos em posições diferenciadas, que lhes permitem novos olhares, novos papéis e, em geral, novas descobertas sobre si mesmo e sobre os outros, situações com as quais observamos que podem lidar bem, com o devido suporte oferecido.

Especialmente agora que as séries iniciais vão até o 5º ano e essas turmas que estão se reorganizando têm a perspectiva de ficarem pelo menos mais dois anos juntas (4º e 5º anos), acreditamos que esse movimento todo se justifique mais ainda, em torno de novas interações, de novos amigos, de uma nova posição no grupo etc., junto com todas as outras propostas de trabalho dessas séries, possibilitando avanços significativos em autonomia e confiança pessoal para enfrentar situações do cotidiano e novas, algo que nesse momento da escolaridade desses alunos é especialmente importante e oportuno ser trabalhado, tendo em vista as exigências que vêm a seguir.

Como é feita/encaminhada essa reorganização das turmas no 4º ano?

A forma de redistribuição dessas turmas é encarada com muita seriedade e atenção por parte da equipe da escola. Direção, coordenação pedagógica e professores (regentes e especializados) realizam reuniões para montar juntos as novas turmas, analisando cada aluno em relação à situação e procurando garantir que todos mantenham algum(ns) amigo(s) mais próximo(s), de modo a trazer tranquilidade ao processo. As listas realizadas pelos alunos, nas quais escrevem o nome de 3 colegas com quem gostariam de estar na nova turma, servem de base para esse trabalho, assim como o olhar dos educadores, buscando garantir que permaneçam com pelo menos um dos colegas escolhidos.

Também há a preocupação em montar turmas o mais equilibradas possível em termos de número total e de meninas e meninos, por exemplo, assim como em relação a outras questões que podem surgir (situações cognitivas e de posturas), sempre pensando em grupos heterogêneos.

Há uma preocupação em fazer essa comunicação aos alunos e suas famílias, num tempo hábil, para que possam ser trabalhadas as questões necessárias, preparando a todos para a mudança.

Ao longo do ano e em especial no 3º trimestre, algumas situações de integração entre as turmas de 3º ano costumam ser oportunizadas, de modo que alunos e pais possam ir se conhecendo mais amplamente. Mais próximo do final do ano, alguns momentos de encontros com/entre os alunos para conversas sobre as novas turmas e dinâmicas específicas são também garantidos, assim como a abordagem mais direta do assunto em reunião de pais, para conhecimento de como ficarão as novas turmas e esclarecimentos das dúvidas.

Já no 4º ano, as propostas de trabalho conjunto entre as novas turmas formadas, que acontecem desde o primeiro dia de aula e já são características da série, se estendendo ao longo do ano (trabalho sempre próximo, em diferentes momentos da rotina, na escola, e em saídas e viagens de estudo), garantem um processo tranquilo de integração, de construção e ampliação desses novos vínculos que se estabelecem entre alunos e professores.

Além disso, procuramos observar o processo de cada aluno e manter uma comunicação com os pais a esse respeito, intervindo quando/se necessário.

Dentro do possível, também oportunizamos aos pais do 4º ano situações para se integrarem com pais que ainda não conhecem e, todos juntos, com o trabalho da série, através de propostas, em reuniões gerais ou de outras formas, para que reflitam com a professora sobre questões da dinâmica da série, da organização de seus filhos e do desenvolvimento deles na faixa etária em que se encontram.