SAÍDAS DE CAMPO E OUTRAS FORMAS DE RELAÇÃO DA ESCOLA COM SEU ENTORNO / COMUNIDADE

A escola promove passeios e visitas? Para quê? E com que periodicidade?

Para nós a escola também é lá fora, ou seja, não se encerra o processo ensino-aprendizagem no prédio da escola. É preciso “transpor todas as fronteiras possíveis” na busca do conhecimento, seja indo a campo, seja navegando na Internet. Tudo isso para ampliar os horizontes e o instrumental dos alunos.

Assim, temos 1 ou 2 saídas de campo por trimestre no fundamental e algumas no infantil – semestrais (para os maiores) ou anuais (para os menores) -, sempre visitando lugar que enriqueça, amplie, aprofunde e ilustre o estudo que está sendo realizado em aula. Podem ser museus históricos, de ciências e de arte; praças, parques, sítios ou reservas; bairros, ruas, prédios, bibliotecas, galerias de arte, feiras e até outras cidades (4º e 5º anos).

O mais importante para escolher esses locais são as necessidades do trabalho e as possibilidades que se apresentam, e que, às vezes, são circunstanciais. Por exemplo, se há uma exposição inédita, super importante na cidade, que se relacione diretamente ao trabalho de uma determinada série ou turma, e que a escola avalie como importante, mesmo não estando planejada anteriormente e ainda que naquele mês ou trimestre já tenha havido uma saída, procuraremos realizá-la.

Em determinadas ocasiões, quando acontece de haver vários eventos disponíveis e relevantes dentro de um mesmo conteúdo curricular, para que as saídas não representem um acúmulo de gastos para as famílias (já que elas sempre implicam em algum custo extra, pelo menos com o transporte), e também para que não tenhamos a rotina escolar tão alterada, indicamos alguns às famílias, como uma “tarefa de casa especial”, para que realizem a visita em seu período de lazer. Nessas situações, costumamos programar um roteiro para a visita (com questões ou propostas mais pontuais, conforme o caso) e/ou alguma atividade de registro ou relato, após a mesma, para uma troca entre os alunos na sala, de modo que possamos compartilhar, discutir e relacionar com o trabalho de aula, aquilo que foi visto ou vivenciado.

Como são organizadas?

Toda e qualquer saída da escola tem um planejamento, que é realizado com a participação dos alunos (onde vamos?, para quê?, o que faremos lá?, onde fica tal lugar?, como vamos? com quem? etc.), e um registro (durante e/ou depois, conforme o tipo de passeio), os quais podem ter diferentes formatos, mas sempre serão feitos.

Além da professora regente e, eventualmente, da coordenadora ou de uma monitora ou guia, pelo menos um familiar da turma acompanha as crianças nessas saídas. A escolha de qual(is) pai(s) ou mãe(s) vai junto é uma combinação de disponibilidade, interesse e adequação à sua área de atuação, levando-se em conta possibilitar, ao longo do ano, a participação de todos.

Nosso intuito em levar um acompanhante é envolver os pais nas atividades escolares, garantindo maior segurança e contando com mais uma pessoa para manter os alunos bem atendidos e organizados. Para isso, a profª procura informar o(s) acompanhante(s) sobre a saída, realizando:

  • um esclarecimento anterior, mesmo que bem breve sobre a atividade e seus objetivos, bem como sobre especificidades do local a serem levadas em conta pelos adultos responsáveis pela turma;
  • alguma combinação específica, se for o caso: p. ex., quando uma mãe vai acompanhando o seu próprio filho em função de alguma NEE, quando são vários adultos que vão, para que fique cada um com um determinado grupo e/ou coordenando uma determinada atividade etc.;
  • a apresentação do(s) acompanhante(s) à turma e oportunizando, se possível, que os próprios alunos lhe(s) falem sobre a saída de campo: objetivos e atitudes esperadas; isso pode ser feito minutos antes da partida e ajuda o(s) acompanhante(s) a se sentir(em) mais integrado(s) ao grupo e, principalmente, autorizado(s) a tomar alguma atitude necessária;

É muito importante para nós, ainda, que o(s) acompanhante(s) nos envie(m), dentro do possível, uma avaliação da saída, de preferência por escrito, como um retorno para a escola, em termos da adequação da atividade e do local, do seu ponto de vista, dos tempos, da organização etc.

Procuramos estar sempre atentos à segurança dos alunos nessas saídas da escola, tendo cuidado em relação às empresas que nos prestam esse tipo de serviço, quando é o caso, e aos próprios lugares aonde os levamos. Nesse sentido, contamos também com o olhar crítico dos pais, aos quais pedimos que nos alertem sempre que virem algo que não está de acordo. Os professores estão orientados e autorizados a observarem o uso de cintos de segurança nos transportes (micros e ônibus) e coletes, se for o caso de barcos, não embarcando ou não saindo com os alunos no caso de algum desses requisitos de segurança faltar. Diante de qualquer dúvida sobre a decisão a tomar nesse sentido, eles devem ligar para a escola, mas jamais seguirem com o passeio se observarem qualquer questão suspeita nesse sentido.

O bilhete sobre a saída vai para casa uma semana antes, pelo menos, mesmo os alunos já estando autorizados na matrícula, e os alunos saem da escola sempre com crachás de identificação e com uniforme!

Quando houver dúvida sobre a realização de algum passeio, em função do tempo (chuva/umidade), a secretaria da escola liga para o local ou entidade promotora, procurando informar-se a respeito das suas condições e do que as pessoas responsáveis, do lugar, têm a dizer, para, então, ser tomada uma decisão e avisar a todos: profª e alunos, e pais, se/quando ligarem p/ a escola.

Nenhuma saída será realizada sem uma visita prévia de alguém da escola ao local, através da qual se comprove sua adequação ao objetivo do trabalho.

Como procedemos quando temos mais responsáveis inscritos do que solicitamos para acompanhar o passeio ou visita?

Nesse caso a nossa ação é no sentido de:

  • Ver quem dos que estão inscritos já foram em outras ocasiões no ano ou em outro ano. Para isso, cada professora tem uma planilha com esse controle. Os pais que já foram em saídas com a turma podem se inscrever, mas só participarão do sorteio caso os outros pais inscritos estejam na mesma condição. Do contrário, não poderão participar, dando chance a quem ainda não acompanhou a turma em passeio algum.
  • Com relação à ida de um dos responsáveis pelo aluno num ano e do outro responsável por esse mesmo aluno em outro ano, a ideia é contar a participação dos pais por aluno. Assim, caso o pai ou a mãe já tenha acompanhado em anos anteriores, abre-se para outros pais que ainda não tenham participado de atividade desse tipo. Caso não tenhamos outros pais inscritos, a não ser os que já foram, então esses pais podem concorrer à vaga, realizando-se sorteio, se for o caso.
  • Diante do fato de cada vez mais termos homens se candidatando à vaga de acompanhante em passeios da turma, o que é bem legal, o critério é: sempre que levarmos 2 ou 3 responsáveis, pelo menos um deles deve ser um homem. É uma forma de valorizar a participação dos pais nas atividades da escola e também de termos pais e mães nos acompanhando.
  • Se, por algum motivo, o passeio ou saída de estudo for transferido, averiguaremos, através de bilhete ou contato via secretaria, se os pais selecionados podem acompanhar a turma na nova data agendada para a atividade. Somente se o retorno de algum responsável for negativo é que faremos um novo sorteio ou buscaremos outros pais.
  • Em algumas situações pontuais, pode acontecer da professora “convocar” algum pai ou mãe, de acordo com necessidades bem particulares de um ou outro aluno e, nesse caso, essa participação pode usar uma das vagas para adulto acompanhante da turma, ou não, de acordo com combinações da professora com a coordenação.

Como a escola aproveita o Parque Farroupilha, que está tão próximo?

Já não temos feito com a frequência de antes os recreios no parque, na medida em que vemos a segurança bastante precária para um espaço público tão amplo. Ainda que tenhamos sempre assegurado a ida ao parque com a companhia do profº de Ed. Física, além da profª regente, hoje em dia isso nos parece insuficiente para a segurança das crianças, que estão sob nossa responsabilidade.

Então, usamos o parque para atividades mais eventuais, como piqueniques e brincadeiras em datas especiais ou atividades específicas de determinadas áreas, que podem ser favorecidas significativamente em função do espaço. Por exemplo, algumas aulas de atletismo (projeto de Ed. Física p/ algumas séries), algumas atividades de Ciências Naturais ou Sociais (coletas, observações e vivências), Artes (desenho de observação, fotografias) ou Literatura (leitura ao ar livre).

A escola recebe visitas?

Além de sair a campo, promovemos, sempre que possível e interessante para o trabalho, o contato dos alunos com diferentes pessoas e profissionais, que enriquecem os projetos de trabalho, tanto em termos de conceitos e informações como em termos de procedimentos e atitudes a serem desenvolvidas (saber ouvir e formular perguntas, por exemplo).

Esses profissionais são autores, ilustradores, artistas plásticos, músicos, cientistas, médicos ou especialistas em alguma área específica, que se relacione com o estudo dos alunos. Eles vêm à escola e se encontram com as crianças, fazendo palestras ou oportunizando entrevistas, demonstrações ou a construção de algo em conjunto. Mas também recebemos pais e avós ou bisavós, que vêm nos contar sobre a sua infância, tias ou irmãos mais velhos que vêm fazer, junto com a criança, uma oficina de culinária ou de artes. Ou seja, qualquer pessoa que nos ensine e, assim, mostre às crianças que não se aprende só com a professora ou com os livros.

Como promovemos a relação da comunidade (pais, alunos, professores) com a cultura?

Além das referências culturais locais e da nossa sociedade/país estarem presentes no trabalho desenvolvido no dia-a-dia da escola (projetos de Leitura/Literatura, Ciências Sociais, Artes, Música, Teatro etc.), selecionamos, para ser apresentada à comunidade escolar em um sábado por mês, uma programação cultural especial, que pode ser de teatro, música, dança, literatura ou artes plásticas.

Todos se encontram em um determinado espaço, adequado para o espetáculo em questão, estreitando as relações e ampliando sua visão de mundo. São os chamados Sábados Culturais, para os quais se preparam professores e alunos, no sentido de conhecer melhor o espetáculo, sua temática e técnica, e de se obter uma maior participação e um melhor aproveitamento.

No item AGENDA, deste site, você pode encontrar as datas desses eventos já marcadas, sendo a programação (tipo de espetáculo) divulgada oportunamente.

O que é a PROJETO SOLIDÁRIA?

Desde 2008, a escola realiza um projeto social, que envolve a adoção de uma creche carente (Nª Sra de Fátima) e diferentes formas de contato com a mesma: doação de leite periodicamente recolhido em campanha na escola, doação de livros, brinquedos e outros objetos a partir de campanhas com os alunos e suas famílias, através do Grêmio Estudantil, realização de trabalhos a serem mostrados e utilizados na creche pelas turmas de lá, os quais são levados por alguma turma, em visitas e interações com as crianças da creche.

Atualmente as turmas de 4º ano têm uma visita à creche agendada no 2º trimestre e o Grêmio realiza atividades nesse espaço uma vez por ano, podendo haver alteração em relação à instituição a ser beneficiada.

O objetivo deste trabalho e do envolvimento direto dos alunos nele, interagindo com as crianças do local, é desenvolver nas crianças um olhar para outra comunidade, diferente da sua, dando-se conta dessas diferenças e podendo conversar sobre elas, suas causas e consequências, e sobre as experiências nela vividas, em termos do que aprenderam e sentiram e do que é possível fazer com isso.